terça-feira, 19 de junho de 2012

A Bodega de Zé Miúdo

Olha só que matéria legal postada no blog Salada à Brasileira!
Recebi por email e resolvi compartilhar com meus leitores e seguidores

A bodega de Zé Miúdo



Santa Cruz do Capibaribe, onde estive os dois últimos dias atrás, por motivos profissionais, é a cidade onde nasceu meu pai e também onde eu passava férias, juntamente com um de meus irmãos, na casa de meu avô, durante alguns anos de minha infância.



Santa Cruz do Capibaribe é também a terceira maior cidade da região do Agreste Pernambucano, cuja maior cidade é Caruaru. Tem cerca de 90 mil habitantes e é conhecida nacionalmente como a "Capital da Sulanca". Segundo dados do SENAI, é a segunda maior produtora de confecções do Brasil.



Mas nesta viagem tive a oportunidade de conhecer um lado dessa cidade, que é cada vez mais raros nas cidades do interior nordestino: a bodega de Zé Miúdo, que funciona na Rua Graciliano Arruda, naquela cidade.



Fundada há 55 anos e hoje administrada por seu filho, Arlindo, é um lugar onde se sente "cheiro de bodega", como bem ressaltou meu cicerone e primo, Fábio Lopes.



De repente fiz uma "viagem ao passado", ao relembrar das bodegas de minha infância, na cidade de Caruaru, hoje extintas: a "venda do seu Davi" e a "venda de Getúlio", cada uma delas em esquinas opostas na Rua Bahia, naquela cidade.



O cenário é sempre o mesmo: um prédio com duas ou três portas de acesso, um balcão-vitrine, em madeira, onde os fregueses são atendidos, prateleiras com bebidas que fariam corar os mais puristas, como o "Vinho Quentinho de Gengibre, o "Vinho Carreteiro" (ainda em garrafa de vidro), a cachaça Pitu e, o refrigerante de minha infância, a Cajuína, onde o caju passava longe.



A balança Dayton era uma novidade, sucessora da velha balança de dois pratos, com pesos de ferro, para contrabalançar os produtos nela pesados: queijos, carne de charque, salame, mortadela, etc.



O depósito de balas então, brilhava aos meus olhos de criança, como um "carrossel de sabores", onde se destacavam os confeitos de menta "Extramint" em sua forma retangular e as balas de "Mel de Abelha", que continham em seu recheio um xarope que imitava o verdadeiro mel. Sem contar com os pirulitos Zorro.



Verdadeiros "supermercados", vendiam de tudo, como as vassouras de piaçava e papel higiênico de quinta qualidade, como nas fotos acima e abaixo.

E eram também o local onde se podia fazer uma "fézinha" no jogo do bicho, passando no fim da tarde pelo local, para conferir a sorte.

É certo que o progresso é inevitável, porém ele jamais poderá vir (e vem) como um "devastador do passado", atropelando os bons e os maus, indistintamente.

Aproveito e faço um apelo às autoridade da cidade, que preservem aquele espaço e que façam dele uma atração turística, que possa ser frequentado inclusive, pelos mais jovens, a exemplo da "Bodega do Véio", na cidade de Olinda, pois, como disse Bob Marley, "um povo sem conhecimento, saliência de seu passado histórico, origem e cultura, é como uma árvore sem raízes".



Texto copiado na íntegra do blog Salada à Brasileira de Agostinho Lopes


saladaabrasileira.blogspot.com

Bjs,

Míriam

Um comentário:

Sérgio Ricardo. disse...

Obrigado Míriam, estava querendo ver essa matéria.